Âncoras
UMA BOA PRÁTICA NO ACOLHIMENTO E INTEGRAÇÃO DE IMIGRANTES EM CASCAIS
EstarAqui.com foi o palco que a Câmara Municipal de Cascais (MISP) e Caritas Diocesana de Lisboa (CLAII de Cascais) construíram juntos para, no dia 25 de Junho, no DNA Cascais em Alcabideche, apresentarem os resultados, as boas práticas de interculturalidade e o impacto de um projecto desenvolvido em parceria a que deram o nome de Âncoras. O evento, com outros dois dias em programa, quis valorizar a diversidade, a interculturalidade e proximidade que hoje se vive no município de Cascais. Está na natureza da Câmara de Cascais, sendo também sua obrigação, como o referiu na abertura o Director Municipal, Miguel Arrobas, a integração dos imigrantes que residem no município – uma missão que não conta apenas com os mediadores interculturais, mas com todos.
O MISP (Mediação Intercultural em Serviços Públicos) e o CLAII de Cascais (Centro Local de Apoio à integração de Imigrantes) trabalham juntos há 7 anos, desde 2008, no acolhimento e integração de imigrantes em Cascais. Partilham conceitos, saberes e experiências e desta forma complementam o trabalho uns dos outros, com o firme propósito de juntos conseguirem realizar o melhor e mais positivo resultado no apoio ao imigrante.
Entre outros objectivos, o projecto Âncoras surge para dar continuidade ao trabalho do CLAII de Cascais. Agrupa a Câmara Municipal de Cascais (MISP), a Caritas Diocesana de Lisboa (CLAII) e 3 associações (Centro Cultural Moldavo, Associação Apoio Sem Limites – ASLI e a Associação dos Filhos e Amigos da Ilha de Jeta - AFAIJE). A parceria, no seguimento do trabalho feito no passado, procurou proporcionar uma maior e melhor integração dos imigrantes de Cascais. Como espaço de diálogo e de relação entre todos os interlocutores, a parceria Âncoras viria a tornar-se um fim em si mesmo, tão intenso que em 13 meses, 32 foram as reuniões de trabalho e 7 as acções de esclarecimento. O grupo orgulha-se hoje da informação que conseguiu oferecer na resposta a questões de saúde, imigração, vínculos laborais, recibos verdes, e da metodologia na discussão de casos hoje solidificada numa ficha comum de atendimento ao imigrante.
Nunca será fácil medir o impacto desta iniciativa, mas diversos testemunhos sublinham o quão enriquecedora foi a diferença de olhares, a natural aproximação à comunidade imigrante, a aprendizagem da sua escuta e a realização de um trabalho feito com eles e não apenas a seu favor. A valorização do património cultural na integração, por exemplo, de imigrantes Moldavos e a construção de respostas certas nas diversas discussões de casos, permitiram um melhor e mais assertivo atendimento no Centro Cultural Moldavo. Mas também a AFAIJE viria a tornar a sua acção muito mais esclarecida e eficiente com a organização de sessões de esclarecimento. Como o aponta a ASLI, Âncoras permitiu ter acesso a ferramentas que hoje melhoram e facilitam o seu trabalho junto dos imigrantes.
Aquele que inicialmente tinha sido pensado para ser um prémio de jornalismo, Tornar Claro (uma acção do Âncoras), viria a tornar-se numa iniciativa pensada para recolher boas práticas de interculturalidade nas escolas do município, gerando neste processo, verdadeira reflexão sobre os encontros interculturais nas escolas. Hoje uma ficha de boas práticas reúne todo o trabalho que algumas escolas de cascais realizam a favor da diversidade, da interculturalidade e da integração de alunos e famílias imigrantes, e estas podem ir desde o apoio na aprendizagem de uma língua não materna, à sinaléctica nas escolas ou à valorização da cultura dos países de origem. O testemunho da professora Teresa Oliveira, do Agrupamento de Escolas Cidadela, sublinhou a importância de um gabinete de integração do aluno (GIA), a formação dos professores, a valorização da língua materna, e o próprio acolhimento dos alunos de imigrantes, feito pelos próprios alunos e não por professores. Numa abordagem mais macro, Tornar Claro dá visibilidade ao trabalho realizado por vários agrupamentos de escolas que proporcionam uma melhor forma de acolhimento de alunos filhos de imigrantes.
No município de Cascais, a preocupação com a imigração tem expressão, entre outros, nos processos de realojamento decorridos nos anos 90 e depois no estudo sobre a integração de estrageiros realizado na primeira década do século XXI. A decisão da CM de Cascais em integrar o consórcio CLAII de Cascais é fruto de uma recomendação desse mesmo estudo. E neste seguimento, o Plano Municipal d para a Integração de Imigrantes de Cascais é mais uma aposta que deseja certamente deixar claro que os imigrantes não são apenas uma oportunidade em oposição à ideia de problema, mas uma questão de cidadania, como o afirmou a representante da Câmara nesta iniciativa a arquitecta Isabel Pinto Gonçalves. Também a Caritas Diocesana de Lisboa vê no imigrante futuro, se todos estiverem próximos e quiserem saber. A imigração é uma questão central à acção social da Caritas de Lisboa em Cascais, pois também ela concretiza sair a caminho das fronteiras, indo ao encontro dos outros, como o explicou, no final, o seu Presidente José Carlos Frias Gomes.
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